terça-feira, 24 de junho de 2014

Enfim Poesia




O que há em mim
Que não consigo entender
Porque sou eu
E me deixo ser você
 
Se o caminho nunca é um só
Se os passos não dão nó
Então porque talvez
Parece mais um sim sem voz
 
Será que hoje
Ainda é ontem
Será o fim
Um disfarce do amor
 
Qual é a Tua parte em mim
Quais caminhos meus você já andou
Qual tarde é cedo demais
Que mistério não se decifrou
 
Os olhos que me vem
Vão buscar outros horizontes
E eu nunca vou com eles
Sempre esperei que fossem voltar
 
E a esperança não me deixa ser
Me aprisiona, me segue, me leva
À luz que se esconde
Nas escuridões
 
Deixa o fim
Ser o enfim dessas solidões
Que aceleram as recaídas
Da chuva pelo chão
 
Se a vida é uma só
Mesmo sendo mais em nós
Então me diz
Porque o tempo não passou em mim
 
Será que essa exatidão
Nas frases que me escrevem
São mais que versos?
Talvez sejam os pedaços que deixei pelo chão
 
Qual a Tua parte enfim
Qual refrão meu você não escutou
Qual será a próxima rima
Que Deus guardou no silêncio
 
Os olhos que me veem
Tentam encontrar uma fonte
Que nunca soube explicar
Sempre aguardei o silêncio se tornar
Enfim poesia.

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